Em abril, a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) publicou uma reavaliação da toxicidade do Bisfenol A (BPA), após a revisão de mais de 800 novos estudos, que conduziu a uma redução significativa da dose diária admissível (DDA), anteriormente estabelecida. A DDA é a estimativa da quantidade de uma substância que uma pessoa pode absorver diariamente (através do ar, dos alimentos ou da água) ao longo da vida, sem que tal represente um risco para a sua saúde. O novo DDA é cerca de 20 000 vezes inferior ao anterior. Os peritos da EFSA compararam este novo DDA com a exposição estimada das pessoas ao BPA e concluíram que a saúde das pessoas, em todos os grupos etários, incluindo crianças pequenas, está em risco devido ao BPA na sua dieta. Saiba mais AQUI!
O BPA é amplamente utilizado na produção de plásticos, como os que são utilizados nas embalagens dos alimentos, nas garrafas reutilizáveis e no revestimento interior das latas de alimentos e bebidas. Produtos químicos como o BPA podem migrar para os alimentos e bebidas e estudos de biomonitorização humana demonstraram que as pessoas estão amplamente expostas ao BPA.
O impacto negativo do BPA na saúde humana é conhecido há anos. É sabido que perturba o sistema hormonal e tem sido associado a certos cancros hormonais, doenças cardíacas, problemas reprodutivos, perturbações no desenvolvimento cerebral das crianças, entre outros.
A ZERO apela aos reguladores da UE para que respondam a esta nova avaliação e tomem medidas urgentes para minimizar estas exposições, em particular devido à utilização frequente do BPA em materiais em contacto com os alimentos e outros produtos de consumo.
O BPA é o bisfenol mais conhecido e comumente utilizado, mas outros bisfenóis semelhantes (como o BPS e o BPF) estão a ser cada vez mais utilizados como substitutos. Alguns destes bisfenóis alternativos mostraram impactos na saúde semelhantes ao BPA, nomeadamente na perturbação do sistema hormonal. A avaliação da EFSA não inclui estes bisfenóis alternativos, mas a situação é preocupante porque a exposição diária combinada a estes bisfenóis é comum e está a aumentar.
A ZERO recomenda que, por precaução, esta nova DDA seja aplicada temporariamente a outros bisfenóis relevantes até que tenham sido totalmente avaliados. Até lá, e enquanto aguardamos que a legislação sobre substâncias químicas nocivas seja revista, existem medidas que podemos adotar para reduzir o risco de exposição. Saiba mais AQUI!
Comentários recentes